domingo, 26 de outubro de 2008

O NÃO CHEFE

Se eu fosse católico romano, eu respeitaria muito o chefe da minha igreja, o papa. O teria como autoridade espiritual sobre qualquer um que se declarasse católico romano. Mas só sobre os católicos romanos. Não consideraria que outros cristãos estivessem em “revolta” contra o poder legítimo. Por que? Preciso falar um pouco de história para que o leitor entenda minha posição.
Para que o papa fosse o chefe legítimo de todos os cristãos, seria necessário que o papado fosse reconhecido em algum momento da história como a instituição de chefia da igreja. Seria necessário que as palavras de Agostinho, “Roma locuta, causa finita”, fossem mais do que uma opinião entre outras. Seria necessário que houvesse real (ou pelo menos teórica) subordinação dos cristãos orientais ao Vaticano, antes do grande “cisma”. Teria havido uma história de documentos oficiais do bispo de Roma mostrando seu poder de mando no oriente.
Mas o contrário aconteceu. Houve flagrante falta de chefia do bispo de Roma sobre os cristãos orientais, ao longo de toda a história. Esta ausência de chefia do bispo romano é um fato tão bem perceptível na falta de documentação que o comprove e na fartura de documentação que prove a insubordinação dos orientais ao bispo de Roma, que é simplesmente uma verdade insofismável. Jamais houve um só metropolitano oriental que considerasse o papa como seu chefe. Na verdade, o suposto cargo de “chefe universal da Igreja” nem tinha nome, visto que a palavra papa, quando entrou em voga, era apenas uma designação para qualquer bispo metropolitano. A carência de qualquer comprovação de chefia universal do bispo romano é tão evidente que uma ou outra simples correspondência entre o bispo de Roma e alguma igreja aqui ou ali, nos primeiros séculos, são apresentados atualmente como prova cabal de seu cargo. Como se não houvessem muitas outras correspondências de apóstolos e bispos diversos a igrejas totalmente fora de sua área de atuação.
Havia uma autoridade que os cristãos orientais respeitavam desde o início. Eram os concílios universais. Inicialmente, sua autoridade se estabeleceu pela ação direta do Espírito do Santo de Israel. Agindo dentro de cada um (e o primeiro concílio foi muito mais aberto do que foram os dos séculos seguintes), convencia-os da verdade, levando a um consenso que era livre realmente, e não uma violência contra as consciências, como o atual conceito de consenso. Pelo hábito, continuou-se a considerar os concílios como autoridade, mesmo quando seu espírito passou a ser (no oposto exato do que ensina a Bíblia) “Não pelo Espírito do Eterno, mas por força e violência”. Nessa luta de foice no escuro, o bispo de Roma era um lutador a mais, nunca a autoridade que tivesse o poder de ordenar o que os outros deveriam pensar. Quando da oficialização da religião do império, o bispo de Roma, pela sua proximidade com o imperador, ganhou um aliado formidável. Mas nem mesmo assim sua palavra tinha mais força que o concílio. O imperador foi muitas vezes o verdadeiro poder moderador, e as decisões dos concílios, acertos que visavam manter algum equilíbrio entre as facções da cristandade para que houvesse unidade política.
Quando da questão “filioque” os cristãos orientais, que nunca foram sujeitos às bulas papais e aos concílios apenas parciais do ocidente, se viram cobrados de obedecer a quem nunca tinham obedecido, crer no que nunca tinham crido, vendo nos cristãos ocidentais um povo distante e estranho, que dizia coisas que lhes pareciam sem muito sentido, visto que séculos de desenvolvimento teológico, filosófico e social os separavam.

BELEZA

Há particularidades tais no universo em que habitamos, tantas que está além de qualquer dúvida razoável que não podem ser coincidências. Tais são as leis que o regem e as relações entre as forças que, contra toda esperança, é possível existir vida. A isto, um crente como eu responde que é fruto da ação divina. Alguns ateus e agnósticos respondem que as coisas são como são, e não devemos nos perguntar o porquê. Uma ducha de água fria na curiosidade e espírito científico. Outros, mais inteligentes, consideram a possibilidade de outras realidades regidas sob leis diferentes, imperceptíveis a nós, seja por estarem separados por distâncias fabulosas (muito maiores que aquilo que chamamos de universo, que parece estar se expandindo), seja por serem universos isolados deste. Em princípio, o número de tais universos seria infinito.
É claro que tais hipóteses, em princípio não são científicas (embora não sejam anti-científicas). Quem as propõem quase certamente não tem esperanças de que tais hipóteses possam, mesmo em princípio, serem provadas. São soluções puramente lógicas, que servem apenas para argumentar contra a implausibilidade de tão grandes coincidências citadas por mim no início. Não objeto nada a que proponham tal solução, reconheço que é legítimo que se argumente sobre coisas lógicamente possíveis (em princípio), mesmo que fora do alcance do método científico. Mas ai do crente que fizer isto, que propor uma solução lógica mas fora do escopo da ciência . . . Obscurantista! Medieval! ... gritarão mil vozes em uníssono . . .

De qualquer forma, A existência do infinito compartimentado parece menos satisfatória à intuição e ao senso estético, do que a existência do infinito integrado. E na maior integração, há auto-consciência.
Mas eu quero mesmo é chegar a outro ponto. O mundo não é apenas habitável, o que já seria muito. É belo. Talvez a estrutura, as relações e os números que regem o universo tenham sido escolhidos de tal forma que não apenas pudesse haver vida, mas para que houvesse também muita beleza. A água, o líquido mais comum para nós, não apenas é essencial para a vida. Ela é extremamente bela. Há beleza em toda parte, nas montanhas, nos vales, nas florestas, no mar, nas cachoeiras, nas ondas, nos seres vivos. Considerando que mesmo os fenômenos de escala sobre-humana, como grandes planetas distantes, galáxias, explosões estelares, que não são acessíveis a vista desarmada, são muito belos, fica uma questão; Terá o universo sido projetado para ser belo?

QUESTÕES SUBSTANTIVAS

A mente humana requer, como qualquer sistema físico de processamento de informações, estabelecimento de prioridades para o processamento destas. Para a análise de qualquer problema, terá de limitar-se a uma pequena porcentagem das informações que poderiam estar disponíveis. Inúmeros detalhes, que no seu conjunto podem ser relevantes poderão ser avaliados apenas depois de compreendidos os parâmetros mais importantes. E uma infinidade de outros detalhes terá de ser deixada de lado, para que não nos distraiamos do cerne das questões mais importantes.
Pois bem, na cidade onde moro, São Paulo, a candidata do PT à prefeitura deve perder esta eleição. Deve perder basicamente por ser o seu adversário um administrador melhor. Nada contra esta decisão do eleitorado, eu também votei em Kassab. Mas vejo que o eleitorado dará a vitória a Kassab por um motivo importante, porém não o mais importante. Permita-me o leitor uma explicação curta sobre isto.
O PT não é um partido com poucas pretensões. Ele pretende simplesmente remoldar a sociedade brasileira. Mas em que sentido? Permita-se o leitor perguntar a si mesmo: O PT é um partido de pessoas que amam a liberdade de pensamento e debate? Ou de pessoas que gostam da concordância conseguida por coerção, medo, compra de consciências, mentiras e pressão? Estou convencido de que tal partido é essencialmente antidemocrático. A própria afirmação do ex-presidente do PT, José Genoíno, de que seu partido é um partido leninista, comparada às afirmações de Lenin, que colocam a liberdade de imprensa e as regras democráticas como apenas instrumentos para a tomada do poder, seriam suficientes para que o leitor avalie o real pendor do PT. Inúmeras outras afirmações de caciques petistas vão no mesmo sentido. Mas se é um partido essencialmente anti-democrático, esta é uma questão central sobre ele, um motivo fortíssimo para nunca eleger um candidato seu.
Talvez o leitor pense que estou exagerando, afinal há políticos de outras agremiações que tem pendor autoritário. Bom, suponho que o leitor não queira mesmo votar em pessoas que odeiam as regras democráticas, seja qual for o partido. Mas vejo diferença aqui:
1.Ser mais ou menos afeito às regras democráticas é em geral uma questão de inclinação pessoal dos diversos políticos, pouco importando a qual agremiação pertençam. Mas no PT, se a orientação central do partido é leninista, a orientação estratégica do partido será no sentido de considerar as liberdades como apenas instrumentos de consolidação do poder, e não como bens preciosos a serem preservados. Dentro deste tipo de pensamento, todo tipo de maldade pode ser planejada usando um discurso “libertário” para implantar coerção e controle.
2.O PT foi desde seu início louvado por grande parte dos jornalistas e formadores de opinião (inclusive a maior parte dos professores) como exemplo de amor a democracia e à moralidade pública. Mas se é um partido com orientação leninista, isto é o contrário exato da verdade. Que uma mentira tão deslavada tenha prevalecido por muitos anos na imprensa, mesmo quando o PT estava na oposição, é uma pequena amostra do seu imenso poder de manipulação. Quem pode mentir com tanto sucesso para tomar o poder, não poderá mentir também para mantê-lo contra o espírito de liberdade e respeito?
3.Uma derrota na cidade de São Paulo dá pelo menos um equilíbrio fraco, atenuando um pouco o imenso poder de fogo do governo federal. Não destrói, mas pelo menos talvez enfraqueça o viés de hegemonia do PT. Melhor a fraquíssima oposição do PSDB e DEM do que nada.
Mas alguns dizem que não há perigo de ruptura das instituições democráticas por serem estas muito sólidas. As instituições brasileiras seriam assim como “freios ABS”, uma segurança contra tentações autoritárias. Não vou discutir aqui se isto é verdade ou não, mas não importa o quanto os freios ABS sejam seguros, só podem salvar vidas se forem usados. Não creio que o povo brasileiro possa ser posto a salvo do totalitarismo se não se importar o suficiente com isto. Quem vota em um político leninista por causa de questões menores, não poderá reclamar se um dia for engolido por um gulag. Lembre-se que as críticas do PT à antiga URSS concentram-se na sua burocracia excessiva. Considerando que o governo da URSS assassinou diretamente mais de 30 milhões de pessoas (fora as guerras por ela provocadas direta ou indiretamente), isto não é crítica, mas cortina de fumaça. Você votaria em um político que, questionado a respeito de Hitler, desconversasse com uma suposta “crítica” ao “burocratismo” nazista? Pois bem, vale a mesma coisa para Lenin, Stalin, Mao, etc.

UMA VIRTUDE CHAMADA BONDADE

Lembro que, quando eu era criança, a bondade parecia-me a própria essência do bem. Julgava as pessoas pela bondade que tinham ou aparentavam e espantava-me que o Todo Poderoso, conforme mostrava a Bíblia, desse muitas vezes mais importância a outras qualidades. Creio que isto é natural de uma criança pequena, sua segurança está firmemente alicerçada na bondade que sente em sua mãe.
Mas não demora muito para a criança perceber que o convívio com outras pessoas exige outras qualidades como firmeza, prudência, respeito, compreensão, coragem, sabedoria, fidelidade, domínio próprio, ordem interna, limpeza mental, modéstia, ânimo, humildade, justiça. Mutas dessas qualidades, sinceramente, são muito, mas muito mais difíceis de serem exercidas que a bondade e são tão importantes quanto. Decepcionei-me comigo mesmo ao longo dos anos, quando fui assumindo responsabilidades e percebendo que embora algumas pessoas considerassem-me bonzinho, eu tinha uma desesperadora carência de outras virtudes importantes. Muita paulada na cabeça para aprender, e não aprendi nem o suficiente.
Mas por falar em virtudes, um engano comum é pensar que os vícios sejam opostos simétricos daquelas. São na verdade perversões das virtudes e é de se esperar que a cada virtude corresponda pelo menos uma forma de corrupção sua, gerada pela sua aplicação desequilibrada (desconectada de outras virtudes necessárias na situação). Considerando que hoje em dia a bondade é arroz de festa, está com a bola toda, é super-hiper-bem-considerada, é natural esperar que a simulem ou pervertam (por seu uso em desconexão com outras virtudes menos bem vistas). Além disso, a atual “moral” propagada pelos formadores de opinião é essencialmente finalista, e concentra-se fortemente na construção de um “glorioso futuro coletivo” promovido por um super-estado-babá e suas ONGs do G e no combate a quem não acreditar muito nessa balela. Professores, jornalistas e escritores estão geralmente na linha de frente da promoção disso. Em tal ambiente, é natural uma promoção ainda mais acentuada da falsa bondade (por perversão ou fingimento).
Só para não deixar o assunto solto no ar, vou dar como exemplo histórico o pacifismo nas nações ocidentais, fortemente promovido por intelectuais e grupos de esquerda, quando do crescimento militar da Alemanha nazista. Milhares de jovens na França, EUA, Inglaterra, foram tomados de um súbito ardor pacifista, exigindo de seus governos acordos de paz que os impedissem de armar-se o suficiente para enfrentar a Alemanha. É interessante que via de regra o militante pacifista não tem a menor idéia dos motivos da escolha do seu objetivo particular. Num mundo de tantos confrontos, como os organizadores de uma passeata escolhem um governo em particular para pressionar? Um pacifista francês da década de 30, vendo uma movimentação geral das classes falantes em “favor da paz”, não sabia realmente porque pressionava o governo de seu país a uma atitude mais passiva, apenas sentia-se bem consigo mesmo, imaginando-se uma pessoa particularmente generosa. Como sabemos hoje, o motivo por que as classes falantes eram “em favor da paz” naquele momento, foi simplesmente um acordo secreto entre Hitler e Stalin, que dava ao primeiro do “direito” de esmagar toda oposição na Alemanha, armar-se até os dentes produzindo secretamente suas armas em território soviético, (em oposição ao estabelecido no acordo de Versailles), e barbarizar à vontade na Europa ocidental e central. Os próprios “intelectuais” que receberam ordens de promover “a paz” não tinham idéia dos detalhes do acordo, e a maioria dos seus colegas simplesmente entrou na onda de “serem bonzinhos” e parecerem afinados com os “progressistas”. Mas um dia a criatura voltou-se contra o seu criador (Stalin), e repentinamente, as esquerdas deixaram de ser “pacifistas” e se uniram na luta contra Hitler. Este caso exemplifica bem o quanto a “bondade” pode ser uma forma requintada e perversa da maldade, quando tornada um ente isolado de outras virtudes como a percepção, prudência, firmeza, humildade, senso de proporções (essencial à justiça) e sabedoria.
Mas a história tem se repetido de novo, de novo e de novo. Muitas vezes, quando eu leio sobre alguma manifestação “pacifista” nos jornais, percebo, pelas informações que já tenho, que grupos estão promovendo e financiando e com que intenções. Via de regra, “pacifismo” tem um lado, o lado dos mais violentos, dos ditadores, daqueles que não podem ser muito influenciados por manifestações públicas. Jamais entraria numa onda dessas sem entender primeiro o que está acontecendo. Em particular, se morasse no Rio de Janeiro, jamais participaria das manifestações “pela paz” daquele sujeitinho apoiado pela Rede Globo e por certas fundações estrangeiras.

MARXISMO INTERNO V

MENTIRAS E VERDADES

VERDADES COMO INSTRUMENTOS DA MENTIRA

Usar verdades como instrumentos de mentira, eis uma técnica antiqüíssima, mas que ainda funciona muito bem. Quando Jesus foi tentado no deserto, o Diabo utilizou uma série de verdades para tentar fazer do Filho do Altíssimo um caído e mentiroso. Era verdade que Jesus tinha poder para transformar pedras em pães. Era verdade que o havia uma promessa do Criador proteger sua Palavra encarnada. Era verdade que o diabo tinha recebido poder sobre esta terra (Adão lhe deu tal poder). Entretanto, a essência do que o Diabo propunha era uma mentira. O Verbo divino não poderia existir longe da vontade do Seu Pai. O Diabo propunha que a Vida dada pelo Eterno se transformasse em morte, que a Verdade se transmutasse em mentira. Esta essência do discurso do Diabo (a morte da Verdade), era defendida e disfarçada com muitas verdades.


ATÉ OS DIAS DE HOJ
E

Os “pensadores” da escola de Frankfurt, um grupo de gnósticos judeus, criou um instituto em Berlim inspirados em um instituto Moscovita, supostamente para defender a livre discussão de idéias (alguém consegue hoje acreditar que Moscou teria apoiado tal instituto, se sua real intenção fosse esta?). Obviamente, a intenção dos criadores do Instituto de Pesquisas Sociais, em Frankfurt era fazer guerra cultural em favor de Moscou. Note bem, fazer guerra cultural em favor de Moscou não significa necessariamente defender publicamente as idéias que Moscou defendia publicamente, nem praticar os mesmos métodos que o governo soviético aplicava internamente. Pois bem, com a ascensão do nazismo, esse pessoal fugiu para os EUA onde se tornaram os pais espirituais da maioria da “intelingentsia” norte americana atual. Foram pais da “liberação sexual”, movimento hippie, do multiculturalismo, do domínio das esquerdas nos meios acadêmicos e culturais, do ódio contra cristãos e judeus, das políticas de apaziguamento em relação a ditadores comunistas (que matavam dezenas de milhões no mundo inteiro e impunham terrível regime de escravidão e privação aos povos por eles dominados) e de feroz enfrentamento a ditaduras não comunistas (muito menos violentas e muito menos fechadas). São os seus filhos espirituais que até hoje defendem o regime do Kmer vermelho (como o mundialmente aclamado Noam Chonsky). São seus filhos espirituais os amigos do presidente do Irã. Seus filhos espirituais são aqueles que calaram a boca, aqui no ocidente, de todos aqueles que fugiam dos regimes comunistas, tratando-os como picaretas, comprados ou malucos. Eles difamaram todos os que denunciavam os crimes socialistas. Eles difamaram sempre todos aqueles pregavam o evangelho de Cristo. Eles difamaram qualquer acadêmico, político e jornalista que pudesse prejudicar o crescimento cultural do marxismo no ocidente. Hoje seus planos tiveram pleno sucesso. É virtualmente um crime não concordar com as teses esquerdistas na imensa maioria dos cursos superiores de humanidades, em quase qualquer lugar do mundo. Protestar contra os crimes comunistas é ser considerado “lacaio do império americano”. Discordar do intervencionismo estatal na economia ou do dirigismo cultural socialista é ser “alienado”. Quanto mais crimes os socialistas cometem, mais louvados como santos eles são. Não ser socialista, é ser “do mal”. Quase tudo aquilo que, há algumas décadas, era considerado por qualquer pessoa instruída como simples propaganda soviética ou chinesa, é hoje ensinado na maioria das escolas do mundo como fatos insofismáveis.


DEFENDENDO VERDADES, MAS DEFENDENDO A MENTIRA

Pois bem, as pessoas que apoiaram a opressão das centenas de milhões que sofriam feroz perseguição nos países comunistas, estes mesmos sempre criticaram a centralização e falta de pluralidade na imprensa dos países não socialistas. Em outras palavras criticam os jornais americanos dizendo que deveriam ser mais abertos, mais interiormente desejariam que cada um deles fosse um “pravda”. Dizem amar a liberdade, mais propõem o total controle do estado sobre as informações. A “pluralidade” que defendem viria de cima, passando pelo crivo da ONU, das ONGs do G e pelos apóstolos do “politicamente correto”. Mas a verdadeira sabedoria diz: A VERDADE EM QUE FALTA O SENSO DE PROPORÇÕES, É MENTIRA. É verdade que nosso jornais ocidentais deveriam ser mais abertos, mas certamente sempre foram muito mais abertos a debate que qualquer dos seus congêneres nos países socialistas. E torná-los mais abertos é o oposto exato de torná-los censurados por um grupo de burocratas ou ongueiros “politicamente corretos”. Os frankfurtianos que são os próprios criadores dessa polícia do pensamento chamada “politicamente correto”, são as últimas pessoas que quero ouvir a respeitos de “liberdade de imprensa”. Assim como Mao, Stalin ou Hitler seriam as últimas pessoas que eu ouviria a respeito de “direitos humanos”.

MARXISMO INTERNO IV

TRAÍRAS

Em outro artigo sobre o marxismo interno, comentei por alto sobre a origem não popular dos líderes e principalmente dos promotores e financiadores das revoluções. O objetivo final do movimento revolucionário (falo assim no singular, porque creio que exista uma unidade de propósitos entre a maioria dos movimentos revolucionários), seja cultural ou político, é poder absoluto. Sua essência parece ser uma revolta íntima contra a existência de limites à ação de seus propositores. É claro que para que estes tenham o máximo poder que possam imaginar, terão de ter poder sobre outras pessoas. Parece bastante natural que um movimento de imposição doentia da própria vontade tenha tido tanta aceitação entre adolescentes e jovens, particularmente filhos mimados de pais abastados ou relativamente abastados. E parece natural também que seus agentes sejam simpáticos a criminosos que tornam a vida dos trabalhadores um inferno.
Entre os defensores das revoluções alguns já disseram explicitamente qual personagem é o seu maior inspirador. Naturalmente, não é um pobre oprimido, que luta por si e pelos seus semelhantes, para ter uma vida melhor. O grande inspirador, chamado por alguns de “primeiro revolucionário”, é alguém que já tinha poder, beleza, riqueza e virtualmente tudo quanto pudesse desejar, mas estava revoltado contra a ordem cósmica por não ser Deus. Por este motivo, criou para si um império baseado na mentira, destruição, roubo e morte e assim, pôde tornar-se um deus. Um escritor muito antigo fala sobre ele. Tomado de inspiração profética, Ezequiel começa falando do poderoso e riquíssimo rei de Tiro, na Fenícia. Mas repentinamente, o Espírito de profecia o conduz a traçar um paralelo entre este rei e um outro personagem muito mais antigo, que foi criado como um anjo de luz. Deixo com o leitor, o capítulo 27 e o 28 (até o verso 19) do livro do profeta Ezequiel. Chocante!!!
Capítulo 27 1 E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2 Tu pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro. 3 E dize a Tiro, que habita nas entradas do mar, e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor DEUS: Ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. 4 No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. 5 Fabricaram todos os teus conveses de faias de Senir; trouxeram cedros do Líbano para te fazerem mastros. 6 Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; os teus bancos fizeram-nos de marfim engastado em buxo das ilhas dos quiteus. 7 Linho fino bordado do Egito era a tua cortina, para te servir de vela; azul e púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura. 8 Os moradores de Sidom e de Arvade foram os teus remadores; os teus sábios, ó Tiro, que se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. 9 Os anciãos de Gebal e seus sábios foram em ti os que consertavam as tuas fendas; todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para tratarem dos teus negócios. 10 Os persas, e os lídios, e os de Pute eram no teu exército os teus soldados; escudos e capacetes penduraram em ti; eles manifestaram a tua beleza. 11 Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas nas tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; eles aperfeiçoavam a tua formosura. 12 Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda a casta de riquezas; com prata, ferro, estanho e chumbo, negociavam em tuas feiras. 13 Javã, Tubal e Meseque eram teus mercadores; em troca das tuas mercadorias davam pessoas de homens e objetos de bronze. 14 Os da casa de Togarma trocavam pelas tuas mercadorias, cavalos, e cavaleiros e mulos. 15 Os filhos de Dedã eram os teus mercadores; muitas ilhas eram o comércio da tua mão; dentes de marfim e pau de ébano tornavam a dar-te em presente. 16 A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas manufaturas; pelas tuas mercadorias davam esmeralda, púrpura, obra bordada, linho fino, corais e ágata. 17 Judá e a terra de Israel, eram os teus mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam trigo de Minite, e Panague, e mel, azeite e bálsamo. 18 Damasco negociava contigo, por causa da multidão das tuas obras, por causa da abundância de toda a sorte de riqueza, dando em troca vinho de Helbom e lã branca. 19 Também Dã e Javã, de Uzal, pelas tuas mercadorias, davam em troca ferro trabalhado, cássia e cálamo aromático, que assim entravam no teu comércio. 20 Dedã negociava contigo com panos preciosos para carros. 21 A Arábia, e todos os príncipes de Quedar, eram mercadores ao teu serviço, com cordeiros, carneiros e bodes; nestas coisas negociavam contigo. 22 Os mercadores de Sabá e Raamá eram os teus mercadores; em todos os seus mais finos aromas, em toda a pedra preciosa e ouro, negociaram nas tuas feiras. 23 Harã, e Cane e Éden, os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade negociavam contigo. 24 Estes eram teus mercadores em roupas escolhidas, em pano de azul, e bordados, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de cedros, entre tua mercadoria. 25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas que traziam tuas mercadorias; e te encheste, e te glorificaste muito no meio dos mares. 26 ¶ Os teus remadores te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrou no meio dos mares. 27 As tuas riquezas, as tuas feiras, e tuas mercadorias, os teus marinheiros, os teus pilotos, os que consertavam as tuas fendas, os que faziam os teus negócios, e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua companhia, que está no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia da tua queda, 28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. 29 E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios, e pararão em terra. 30 E farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente; e lançarão pó sobre as cabeças, e na cinza se revolverão. 31 E far-se-ão calvos por tua causa, e cingir-se-ão de sacos, e chorarão sobre ti com amargura de alma, e com amarga lamentação. 32 E no seu pranto levantarão uma lamentação sobre ti, e lamentarão sobre ti, dizendo: Quem foi como Tiro, como a que foi destruída no meio do mar? 33 Quando as tuas mercadorias saiam pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão das tuas riquezas e do teu negócio, enriqueceste os reis da terra. 34 No tempo em que foste quebrantada pelos mares, nas profundezas das águas, caíram, no meio de ti, os teus negócios e toda a tua companhia. 35 Todos os moradores das ilhas estão a teu respeito cheios de espanto; e os seus reis tremeram sobremaneira, e ficaram perturbados nos seus rostos; 36 Os mercadores dentre os povos assobiaram contra ti; tu te tornaste em grande espanto, e jamais subsistirá
Capítulo 28 1 E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2 Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus; 3 Eis que tu és mais sábio que Daniel; e não há segredo algum que se possa esconder de ti. 4 Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. 5 Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas; 6 Portanto, assim diz o Senhor DEUS: Porquanto estimas o teu coração, como se fora o coração de Deus, 7 Por isso eis que eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais terríveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor. 8 Eles te farão descer à cova e morrerás da morte dos traspassados no meio dos mares. 9 Acaso dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou Deus? mas tu és homem, e não Deus, na mão do que te traspassa. 10 Da morte dos incircuncisos morrerás, por mão de estrangeiros, porque eu o falei, diz o Senhor DEUS. 11 ¶ Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 12 Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. 13 Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. 14 Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. 16 Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. 17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. 18 Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. 19 Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirá.

MARXISMO INTERNO III

CONTRÁRIOS
Revoluções são ideológicas, não idealistas, e quem sabe a diferença entre estas duas palavras, entenderá o que vou dizer.
Freqüentemente se diz que as revoluções (isto é, as tomadas do poder por outros grupos e as mudanças planejadas do panorama geral das idéias difundidas) são feitas pelas “massas oprimidas”. Dizem isto por que ficaria mal dizer “este é um movimento planejado por gente que já é poderosa, por interesses ocultos e financiado com muita grana de banqueiros”. É claro que fica bem mais atraente a seguinte frase: “este é um movimento nascido espontaneamente das massas oprimidas, com objetivos claros (aqueles declarados explicitamente) e com grande dificuldade de financiamento”. Alternativamente pode-se não falar nada sobre financiamento, para que o público não pare para pensar nisso.
Mas a verdade bem conhecida (e Marx sabia disso quando disse o contrário) é que, com exceção dos movimentos nativistas, geralmente não há nada de “natural” nas “causas” das revoluções (com isto não quero dizer que não haja interveniência de outros fatores nos movimentos nativistas, mas a causa primeira deles geralmente não é artificial). Não é a luta contra a fome de alimentos, de liberdade, ou de justiça o seu objetivo real, pois geralmente elas levam a uma situação de mais fome, servidão e injustiça. Fossem movimentos naturais, não planejados, que seguissem seu próprio curso pela simples ação de busca do melhor pelo povo, certamente a situação de descalabro posterior (as piores fomes, genocídios e injustiças ocorreram após as revoluções) levaria naturalmente o povo a mudar o rumo dos acontecimentos e restaurar a situação anterior. Mas não é isto que acontece, o povo não tem poder real para fazer isto, de repente descobre que está numa via de mão única. Freqüentemente as revoluções ocorrem após uma época de grande crescimento econômico, que conduziria de forma natural o país a uma situação de prosperidade e é a própria revolução que aborta tal futuro natural, usando como combustível a insatisfação com qualquer crise passageira. Quando o povo acorda, vê que foi criada uma nova casta de burocratas, em cujo topo estão os dirigentes do país, e que ele, o povo, que tinha liberdade de ação antes, não tem mais nenhuma.
Igualmente, as revoluções culturais, criadas pelas mesmas fontes que criam as revoluções políticas são o reverso daquilo que pretendem ser. Costumam se dizer não religiosas, naturais, libertárias e feitas por pessoas desinteressadas em dinheiro, mas tem inspiração em doutrinas esotéricas, são planejadas a longo prazo, produzem coação sobre o povo e são financiadas fartamente por fontes ocultas ou semi-ocultas.